Lições de como a comunicação interna encontrou seu caminho para evoluir
Descobri a comunicação interna em 1997. A internet e o e-mail começavam a dar o ar da graça. Eu era responsável pela edição e redação de um boletim impresso, quinzenal, de oito páginas, distribuído para os cerca de 2.500 funcionários da empresa em que trabalhei.
Um valioso aprendizado que trago dessa experiência profissional é como algumas práticas que remetem ao DNA da comunicação prevaleceram em meio às tecnologias, ao digital, à conectividade e ao dinamismo, que têm marcado mais e mais a evolução da comunicação com empregados:
Um meio e uma mensagem eficientes não bastam. Mostre às pessoas como interagir e usufruir do valor compartilhado pelo processo de comunicação.
Crie diálogos, mantenha proximidade com todos os setores da empresa. Isso abre portas para a comunicação. Gera pautas, visibilidade, conhecimento, engajamento, reconhecimento.
Evidencie o protagonismo das pessoas e das equipes, a partir das demandas apuradas e trazidas pelas lideranças.
Identifique, valorize e desenvolva sua rede de pontos focais e multiplicadores, que naturalmente desempenharão o papel de promotores do processo de comunicação entre seus pares.
Humanize o discurso e o conteúdo, priorize a ótica dos empregados como porta-vozes da cultura e das diretrizes organizacionais.
Antecipe-se às necessidades e mantenha o foco das soluções nas pessoas que serão impactadas por elas.
Contribua para que o propósito da empresa seja um espelho para a motivação e o engajamento da equipe. Isso só acontecerá, de fato, se as pessoas se enxergarem como parte vital da construção dessa entrega.
Esses tópicos parecem atuais? Que bom, demonstra que a comunicação interna tem encontrado caminhos para evoluir.
Todos os recursos são muito bem-vindos na hora de encurtar e eliminar distâncias e barreiras concretas. Os canais impressos e digitais podem compor uma mesma estratégia. O presencial passou a ter como alternativa a presença virtual. O office pode até ganhar contornos de home.
A essência do “face a face” pode - e deve - se transformar, a fim de permanecer como um atributo relevante da comunicação.
